A polêmica dieta sem glúten
Há quem suspeite que esse
ingrediente, encontrado em pães e massas, seja o novo inimigo da balança — e da
saúde. Os especialistas, no entanto, acreditam que isso não passa de mera
falácia
Sabe aquelas coisas que estão
sempre por perto, mas a gente nem nota ou sequer conhece o nome? Com o glúten é
assim. Apesar de estar presente em todos os alimentos que levam trigo, centeio,
cevada, aveia ou malte, essa proteína é uma desconhecida de grande parte do
público. Na verdade, era. De uma hora para outra, os holofotes se voltaram para
esse nutriente graças a uma nova dieta que bane o glúten do cardápio com a
promessa de enxugar a silhueta.
Celebridades como Luciana Gimenez
divulgam que já aderiram ao menu sem o ingrediente. Além de laticínios, a
apresentadora de tevê restringiu o consumo de trigo para ostentar 6 quilos a
menos. Para adicionar mais fermento ao modismo, um livro intitulado Glúten e
Obesidade: A Verdade Que Emagrece (Editora R. Racco), da carioca Regina Racco,
já vendeu 50 mil exemplares, tornando-se um bestseller. Nele, a professora de
ginástica íntima conta ter descoberto por acaso que abolir a substância dos
pratos a fazia perder peso.
Quem não pensa só no ponteiro da
balança também começa a se questionar: seria melhor evitar o glúten por uma
questão de saúde? Afinal, a oferta de produtos sem essa proteína aumenta nas
gôndolas dos supermercados. Sem falar em muita gente por aí que anda dizendo
que ganhou mais disposição e ficou com um abdômen menos inchado depois de
cortar massas e pães do dia-a-dia. Diante de tanta celeuma, BRASIL SAÚDE! foi
averiguar essa história com nutrólogos, nutricionistas e gastroenterologistas.
Os especialistas afirmam sem
papas na língua: a doença celíaca é o único problema de saúde que exige a
retirada total do glúten da alimentação (veja o complemento desta matéria).
“Não existe base científica para condenar esse componente do trigo”, diz Jaime
Amaya Farfan, cientista de alimentos da Universidade Estadual de Campinas, no
interior paulista. “A não ser no caso da doença celíaca, não há evidências de
que o glúten seja uma proteína ruim para o organismo de indivíduos saudáveis
nem que tenha a ver com a obesidade.”
Esse elo também é contestado pela
nutricionista Daniela Margo, de São Paulo. “Inexistem provas de que eliminá-lo
reduz a circunferência abdominal”, frisa a especialista. Sua colega Mônica
Beyruti, corresponsável pelo Departamento de Nutrição da Associação Brasileira
para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, completa: “Ok, se
minimizarmos o consumo do glúten, que está presente em muitas fontes de
carboidrato, haverá redução de calorias e de peso. Mas isso vale para qualquer
tipo de restrição alimentar”.
E qual a sua opinião sobre o glúten? Comente.
Se quiser experimentar uma dieta sem glúten, aqui vai algumas receitas
Café da manhã
Opção 1: 1 copo (300 ml) de leite desnatado batido com 6 morangos + 1 torrada de arroz integral prensado (à venda em lojas de produtos naturais) com requeijão light
Opção 1: 1 copo (300 ml) de leite desnatado batido com 6 morangos + 1 torrada de arroz integral prensado (à venda em lojas de produtos naturais) com requeijão light
Almoço
Opção 2: salada de folhas verdes e tomate à vontade com 3 col. (sopa) de grão-de-bico temperados com 1 col. (sobremesa) de azeite, pouco sal, limão + 1 abobrinha inteira recheada com carne moída e assada com molho de tomate
Lanche
Opção 1: 1 copo (200 ml) de suco de uva integral (sem açúcar) + 2 castanhas-do-pará
Opção 1: 1 copo (200 ml) de suco de uva integral (sem açúcar) + 2 castanhas-do-pará
Jantar
Opção 1: salada de folhas verdes, pepino e tomate à vontade e 2 azeitonas temperados com 1 col. (sobremesa) de azeite, pouco sal, limão + 1 filé médio de peixe assado ou grelhado com ervas (alecrim, cebolinha, salsinha)
Opção 1: salada de folhas verdes, pepino e tomate à vontade e 2 azeitonas temperados com 1 col. (sobremesa) de azeite, pouco sal, limão + 1 filé médio de peixe assado ou grelhado com ervas (alecrim, cebolinha, salsinha)
Ceia
Opção 3: 1 fatia de queijo branco magro
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