O
fumante passivo é o indivíduo que não fuma, mas está exposto à fumaça de
cigarros de parentes, amigos ou colegas de trabalho. O cigarro é o maior
poluidor ambiental doméstico, segundo a Organização Mundial da Saúde. Como as
pessoas passam 80% de seu tempo em locais fechados no trabalho, nas residências
ou em locais de lazer há grande risco de exposição excessiva a esta fumaça.
Os
efeitos nocivos de fumar ativamente são conhecidos há muitas décadas.
Atualmente se reconhece que os não fumantes têm muitas das doenças que os
fumantes costumam apresentar, justamente por estarem expostos à fumaça do
cigarro.
QUEM SÃO FUMANTES PASSIVOS?
As
pessoas com maior risco de sofrerem as conseqüências do fumo passivo são
aquelas que moram com fumantes ou as que trabalham em ambientes em que é
permitido fumar. O local de trabalho é a principal fonte de exposição à fumaça
do cigarro para profissionais que não moram com fumantes, principalmente os que
trabalham em restaurantes, bares, bingos, cassinos.
Estima-se
que aproximadamente 700 milhões de crianças, ou seja, quase a metade das
crianças de todo o mundo são fumantes passivas, principalmente devido ao hábito
de fumar de seus pais.
CONSTITUINTES DA FUMAÇA DO CIGARRO
Na
queima de um cigarro são liberadas mais de 4000 substâncias na forma de gases e
partículas. Algumas têm propriedades irritativas e mais de 60 são conhecidas
como carcinogênicas (que podem provocar câncer) em humanos e animais. Os
componentes gasosos da fumaça são o monóxido de carbono (principal
constituinte), o dióxido de carbono, a amônia, o formaldeído, a acroleína, a
dimetilnitrosamina e o hidróxido de cianeto. A porção particulada da
fumaça é constituída de nicotina, alcatrão, benzeno e benzopireno.
O
fumante passivo fica exposto à fumaça do cigarro que é exalada pelo fumante e à
fumaça da queima final do cigarro. A fumaça, exalada pelo fumante, é mais
concentrada, contém maior umidade e mais substâncias voláteis, porém é menos
tóxica do que a fumaça exalada do cigarro, produzida pela sua queima entre as
tragadas ou quando este é abandonado ainda aceso, possui maior quantidade de
compostos tóxicos como por exemplo, N-nitrosaminas, benzopirenos, monóxido de
carbono, nicotina e metais pesados.
A
quantidade de substâncias tóxicas absorvidas pelo fumante passivo depende da:
- duração da exposição;
- quantidade e qualidade de ventilação do
ambiente;
- número de cigarros e de fumantes no local;
- qualidade do filtro de alcatrão do cigarro.
CONSEQÜÊNCIAS DO FUMO PASSIVO EM ADULTOS
As
principais manifestações clínicas em fumantes passivos adultos são sintomas
respiratórios em pacientes sadios, exacerbação de efeitos irritativos em
pacientes alérgicos, aumento da taxa de mortalidade por doenças
cardiovasculares (25 a 35%), de câncer de pulmão, desenvolvimento de câncer do
colo do útero, boca, garganta, laringe, esôfago, bexiga, rim, pâncreas,
cérebro, tireóide e mama.
Asmáticos
expostos à fumaça do cigarro têm maior risco de dispnéia (falta de ar) e de
restrições das atividades diárias. Adultos continuamente expostos à fumaça do
cigarro têm maior risco de desenvolver asma do que os não expostos (40 a 60%).
As
principais queixas físicas apresentadas pelos fumantes passivos são: ardência
ou queimação das mucosas com irritação ocular e da garganta, náuseas, cefaléia,
espirros, congestão nasal, rinite e tosse.
CONSEQÜÊNCIAS DO FUMO PASSIVO EM CRIANÇAS
Crianças
expostas à fumaça do cigarro têm maior risco de apresentarem doenças infecciosas
do trato respiratório (bronquite, bronquiolite, crupe e pneumonia), otite
média, asma, doenças cardiovasculares, distúrbios de comportamento e do
desenvolvimento neurológico e câncer, principalmente do pulmão. Todos estes
efeitos são muito semelhantes aos descritos em adultos, mas as crianças são
mais suscetíveis à toxicidade da fumaça do cigarro por serem imaturos em sua
constituição.
Filhos
de fumantes parecem ter dificuldade de aprendizado, atraso no desenvolvimento
da linguagem e mais problemas de comportamento, como hiperatividade, distúrbios
de conduta e desatenção. Por fim, crianças que são fumantes passivas têm mais
chances de tornarem-se fumantes no futuro.
QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DA PREVENÇÃO DO FUMO
PASSIVO?
- Filhos de pais e mães que não fumam terão
maior probabilidade de não serem fumantes.
- Aumento de produtividade em ambientes de
trabalho onde não é permitido fumar.
- Ambientes onde não é permitido fumar têm menor
risco de incêndio e outros acidentes.
- As pessoas que freqüentam ambientes onde não é
permitido fumar têm menor custo com a saúde.
- Há maior durabilidade e menor custo de
manutenção e de substituição de equipamentos, móveis e carpetes em locais
onde é restringido fumar.
- As restrições para fumar estimulam os
tabagistas a diminuírem o número de cigarros consumidos ou até parar de
fumar.
- Não fumantes que trabalham em locais com
regulamento têm mais probabilidade de solicitar a um visitante que não
fume em sua residência.
O QUE DEVEMOS FAZER PARA EVITAR RISCOS E DIMINUIR O
FUMO PASSIVO NOS NOSSOS AMBIENTES?
- Aplique as leis de restrição de fumar em
ambientes públicos fechados (escolas, hospitais, bibliotecas, ônibus,
etc...).
- Procure informação e aconselhamento sobre fumo
passivo.
- Divulgue os conhecimentos sobre os prejuízos
dos fumantes passivos.
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