As conseqüências do abuso sexual são delicadas, e ainda mais
delicadas, quando o abuso é praticado por um membro da família, por quem
deveria proteger a criança ou o adolescente.
As vítimas crianças ou adolescentes devem ser levadas a um
psicólogo assim que seus responsáveis tomam conhecimento dos fatos ocorridos.
Há conseqüências do ponto de vista: psicológico (traumas), físico
(doenças sexualmente transmissíveis), etc.
Quanto ao aspecto psicológico,
sabemos que a situação é muito delicada, principalmente nos casos em que
o abusador é pai ou padrasto.
Além de serem maioria, são mais delicados e difíceis de serem
descobertos, pelo fato de ser o abusador uma pessoa querida, o que torna mais
confuso, na cabeça da criança ou do adolescente, perceber que
"aquilo" que acontece é uma violência, que aquele comportamento
foge à normalidade, é uma violência, contra a criança e o adolescente.
Há registros de casos de abuso, que o pai alegava com as carícias,
que estava "ensinando" à criança o que era o sexo, etc. Que isso era normal.
Como também há alguns pais que chegam a dizer que eles puseram a
filha no mundo, então podem ser eles a desvirginá-las.
Uma criança abusada sexualmente tem tido poucas saídas.
Como maus-tratos a violência sexual ainda é tabus, a criança ou
adolescente às vezes não tem com quem desabafar, em quem confiar, e o abuso
continua acontecendo.
Isto, se não houver ameaças no caso de a criança ou o adolescente
falar para alguém o que lhes acontece.
As ameaças mais comuns são de que se a vítima contar para
alguém, o abusador a mata, bem como sua mãe e irmãos. Algumas vezes, a genitora
da criança vítima sabe ou desconfia de que seu filho ou filha (tanto meninos
quanto meninas são abusados) vem sofrendo abuso sexual por parte de seu companheiro,
mas não tem coragem de enfrentar a situação, de defender seu filho ou sua
filha. Continua a fazer de conta que não sabe de nada.
A criança ou adolescente chega a adoecer por conta dos abusos,
tanto físicos como sexuais.
A criança abusada muitas vezes é também vítima de
maus-tratos físicos, e termina fugindo de casa, passando a ser vítima de outras
formas de violência nas ruas, na casa de parentes, ou passando a se
prostituir.
Há casos em que a criança fica totalmente viciada na prática sexual
precoce.
Em muitos casos quando o abuso é descoberto, há uma outra
problemática familiar a ser tratada, quando quem abusa da vítima é quem mantém
a família.
Muitas vezes a criança é que termina sendo acusada de ter
causado a desagregação familiar. Em vez de ser o adulto apontado como
culpado, muitas vezes, a criança é que termina com este sentimento de
"culpa".
Algumas vezes, a própria criança ou adolescente termina
desmentindo o abuso sexual, na tentativa de reverter a problemática surgida no
quadro familiar, na tentativa de não mais ter "a culpa" dos
acontecimentos (como se fosse dela), assumindo até uma suposta mentira - o que
geralmente é feito por indução de um adulto. E o abuso continua a ocorrer.
Várias são as conseqüências psicológicas do abuso sexual, que
influenciarão na vida sexual da vítima quando adulta, caso não se submetam a
uma terapia.
As conseqüências do abuso sexual do ponto de vista físico, da saúde
são muito sérias, principalmente levando-se em conta as doenças sexualmente
transmissíveis, principalmente a AIDS, isto sem falarmos nos casos em que a
vítima sofre lesões graves causadas pelo abusador.
Há casos de gravidez decorrente de abuso sexual praticado
pelo próprio pai ou padrasto. Nestes casos acarreta conseqüências
físicas, psicológicas, sociais etc. Inclusive há registro de padrastos
que engravidaram enteadas, antes que os abusos fossem descobertos, e pai que
uma de suas filhas teve dois filhos seus, e a esposa, mãe da criança sabia de
tudo. E calava. Caso este inclusive divulgado na imprensa do Sul do País.
Um abusador sexual, é uma pessoa que não tem uma vida
saudável, não se preocupando com o bem-estar da vítima, e
logicamente não se preocupando com a possibilidade de transmitir as
doenças que porventura tenha. E é muito fácil tê-las, uma vez que tem uma vida
sexual geralmente à margem da normalidade.
Portanto, podemos dizer sem receio, que o abuso sexual também
coloca a vida da vítima em risco.
Fonte: SDS-PE
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