quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Rapamicina: o que é, para que serve e efeitos colaterais

Rapamicina é um medicamento imunossupressor indicado para prevenir a rejeição de órgãos após transplante renal, em adultos, e para tratar uma doença pulmonar rara chamada linfangioleiomiomatose. 

Essa medicação está disponível principalmente em comprimidos de 1 mg ou 2 mg e solução oral, comercializado com nome Rapamune, cujo princípio ativo é o sirolimo.

A rapamicina deve ser usada somente com indicação do transplantologista, em casos de transplante de órgãos, ou do pneumologista, após avaliação adequada, não sendo um medicamento de uso livre ou disponível no SUS para todas as pessoas.

Imagem ilustrativa número 1

Para que serve

A rapamicina é indicado para:

  • Prevenir a rejeição de órgãos em pessoas que receberam transplante renal;
  • Tratar a linfangioleiomiomatose em adultos, uma doença pulmonar rara.

A rapamicina também pode ser usada junto com outros medicamentos que diminuem a atividade do sistema imunológico, como ciclosporina e corticosteroides, para aumentar a proteção contra a rejeição do órgão transplantado.

Como funciona

A rapamicina reduz a atividade do sistema imunológico, agindo dentro das células bloqueando uma proteína chamada mTOR, que controla o crescimento e a multiplicação das células de defesa. Assim, ajuda o corpo a aceitar um órgão transplantado.

Leia também: mTOR: para que serve, tipos (e suplemento) tuasaude.com/mtor

Rapamicina natural

A rapamicina natural é a substância produzida originalmente por uma bactéria do solo da Ilha de Páscoa. Diferente da versão de laboratório, ela vem diretamente dessa bactéria.

Rapamicina e envelhecimento

A rapamicina tem sido estudada no contexto da longevidade porque pode retardar processos associados ao envelhecimento, como desgaste dos órgãos, inflamação e acúmulo de células danificadas, ajudando o corpo a \"envelhecer mais devagar\".

No entanto, as evidências científicas ainda são limitadas, e o uso da rapamicina para longevidade não é aprovado.

Como usar

A rapamicina é administrada por via oral, podendo ser usada na forma de comprimidos ou solução oral, com ou sem alimentos, conforme orientação médica. 

Os comprimidos estão disponíveis em drágeas de 1 mg e 2 mg e não devem ser quebrados, mastigados ou divididos, pois isso pode alterar a absorção do medicamento. 

A solução oral é indicada para pessoas que têm dificuldade de engolir comprimidos, permitindo que o médico escolha a forma mais adequada para cada caso. 

É importante tomar a rapamicina de forma consistente, todos os dias no mesmo horário, para garantir que o efeito do medicamento seja seguro e eficaz.

Posologia da rapamicina

A dose da rapamicina pode variar de acordo com a idade e a condição de saúde, podendo incluir:

1. Uso para prevenir a rejeição de órgãos

Para pessoas que receberam um transplante de rim, as doses de rapamicina variam conforme a idade e o peso:

Idade / Peso

Dose de ataque

Dose de manutenção

Adultos e adolescentes acima de 13 anos que pesam mais de 40 kg

6 mg em uma única vez logo após o transplante

2 mg por dia

Adolescentes com 13 anos ou mais, que pesem menos de 40 kg

3 mg/m², calculada pela superfície corporal, considerando peso e altura

1 mg/m² por dia

O ajuste de dose deve sempre ser feito baseado na resposta ao medicamento e em exames de sangue que medem os níveis de sirolimo no sangue.

Em pessoas com baixo ou moderado risco imunológico, a rapamicina é geralmente combinada com ciclosporina e corticosteroides. Quando a ciclosporina é retirada, a dose de rapamicina pode ser aumentada para manter os efeitos.

Já para pessoas de alto risco imunológico, como retransplantes ou casos com forte reação imunológica, a rapamicina pode ser associado a tacrolimo e corticosteroides, com doses de ataque maiores nos primeiros dias e manutenção ajustada para atingir níveis sanguíneos adequados.

2. Uso para linfangioleiomiomatose

No tratamento da linfangioleiomiomatose, a rapamicina é geralmente usada na dose de 2 mg por dia. 

Os níveis de sirolimo no sangue devem ser monitorados regularmente para mantê-los entre 5 e 15 ng/mL, e a dose pode ser ajustada conforme esses resultados.

Uma vez que a dose esteja estável, o monitoramento é feito aproximadamente a cada três meses.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns no uso da rapamicina incluem alterações nos níveis de colesterol e triglicerídeos, e possível redução temporária de células do sistema imune.

Alguns efeitos menos frequentes são tendência maior a infecções, dor de cabeça, náusea e mal‑estar geral, por reduzir a resposta imune.

Efeitos graves podem ocorrer como problemas no fígado ou sangramentos, pois o medicamento pode afetar órgãos importantes e a defesa natural do corpo. 

Além de infecção grave, causando sinais como febre alta e mal‑estar intenso, que exigem atenção médica imediata.

Quando não é indicado

O rapamicina não deve ser usado por pessoas com:

  • Alergia ao sirolimo ou a qualquer componente da fórmula;
  • Menores de 13 anos;
  • Síndrome de má absorção de glicose-galactose ou insuficiência de sacarose-isomaltase;
  • Risco de infecções graves não controladas, como infecções sistêmicas, pneumonia grave ou infecções oportunistas.

A rapamicina não deve ser usada durante a gravidez sem orientação médica, pois pode representar risco para o feto. Também não deve ser utilizada durante a amamentação, já que o medicamento pode passar para o leite e afetar o bebê.

O medicamento também não é indicado para transplantados de outros órgãos sem orientação médica específica, devido à falta de segurança e eficácia comprovadas para essas situações.



source https://www.tuasaude.com/rapamicina/

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